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  • 9 de out. de 2021

Em tempos, fiz um texto sobre a felicidade, sobre o que eu achava dela. Já passaram cerca de dez anos desde daí, e o conceito continua a intrigar-me.

Há quem a encontre nos outros. Há quem a encontre em bens materiais. Há quem diga que a encontra no silêncio. Há quem nunca a encontre. E há também quem saiba fingi-la, durante uma vida inteira talvez.

Uma verdade para mim se mantém – a felicidade são momentos. O resto, eu chamo de paz. Paz com os demónios, que existem, mas que estão já lá bem fundo. E, assim, consigo aproveitar cada dia em pleno.

E também acho que não pode depender só dos outros. Não são os outros que têm de nos fazer felizes, isso é responsabilidade de cada um. Claro que podemos partilhar os momentos com outras pessoas, podemos ser felizes juntos, mas temos de saber ser felizes sozinhos primeiro. Caso contrário, estaremos a incutir aos outros um encargo que não é deles.

A paz permite-nos ser felizes. A felicidade traz-nos momentos. E a vida é toda feita de momentos.

07-10-2021

 
 
 
  • 15 de set. de 2021

Há 7 meses atrás criei este blog. 13 de fevereiro de 2021. Sempre gostei do número 7, manias.

Olhando para trás acho que posso dizer, com algum orgulho, que é bom aperceber-me do quanto evolui até aqui. Tal como tudo nesta vida, não foi um percurso fácil, nem teria tanto significado se fosse. Mas superei. Superei muitos desafios, muitas inseguranças, muitos momentos menos bons.

Não vou dizer que agora já está tudo bem, porque não está, ainda há um longo caminho a percorrer. E não falo só da minha jornada a nível pessoal, mas também da consciencialização das pessoas e profissionais da área da saúde sobre este tema. Em 2022, prevê-se que o lipoedema/lipedema seja finalmente classificado como doença de acordo com as ICD11 e ICD12. E a partir daí, espero que a pouco e pouco, possamos caminhar no sentido de encontrar um tratamento mais eficaz e definitivo. Algo que proporcione aos doentes uma melhor qualidade de vida, livre de sintomas.

Até lá, vou ajudando como posso, junto da associação que nos representa, e partilhando a minha experiência aqui, dando a conhecer uma doença que não é minha, mas de todos os que vivem diariamente com ela (e não somos poucas).

Há 7 meses atrás eu não olhava para as minhas pernas. Praticamente não me olhava ao espelho. Não usava calções, dentro ou fora de casa. Não gostava tanto de mim como hoje.

E hoje é apenas o começo.

 
 
 
  • 11 de set. de 2021

Estão a ver aqueles eventos que exigem um dress code mais sofisticado? Casamentos, batizados, ou só uma reunião de amigos num restaurante mais formal.

Estaria a mentir se dissesse que é fácil.

Não é fácil, ver tantas raparigas da minha idade, tão “perfeitas” em comparação comigo (ou pelo menos é isso que o meu cérebro me faz querer). E as inseguranças emergem ainda com mais força. E não quero olhar para as fotografias. E estou constantemente a sentir-me menos. E sempre à procura do(s) defeito(s).

Mas estaria a mentir se dissesse que me arrependo.

Nunca me arrependo de sair de casa mais uma vez, e lutar contra este desconforto mais uma vez. Não é fácil, nunca vai ser. Porque ser diferente é assim. Não é um caminho direito, tem altos, e tem baixos. Se podia ter desfrutado mais de alguns momentos sem estas inseguranças? Sim. E sei que daqui a uns tempos conseguirei de facto fazê-lo. Vou querer ir mais à praia, usar mais bikinis em vez de fatos de banho e tirar muitas muitas fotografias em todas as ocasiões. É um caminho longo, mas sei que não o atravesso sozinha.


Ah! E já usei calções fora de casa.

 
 
 

Obrigada pelo apoio!

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