- Maggie
- 13 de fev. de 2021
- 2 min de leitura
Estas são as minhas pernas. Estes são uns calções que nunca uso. Estas são fotos que nunca tirei antes. E esta é a minha tentativa de aceitar tudo isto.

Elas nem sempre foram assim, esta doença piora com o avançar do tempo. E a verdade, é que foi preciso eu passar 8h em pé no meu estágio e o aparecimento de algumas varizes para conseguir chegar ao diagnóstico de lipoedema. Porque até esse dia, eram "só" umas pernas gordas, que eu acreditava que podia mudar com dietas, exercício, o que fosse, havia essa esperança.
No dia em que soube que não podia, que isto era sim algo para a vida, que eu ia ter de as ver assim (ou até pior) para sempre, chorei. Chorei muito. Ainda hoje choro. E sim, existem coisas muito piores, doenças crónicas muito graves, mas cada um vive a sua batalha, e esta é a minha.
Segundo alguns seguros de saúde, e/ou até pessoas, "é só um aspeto físico". É também, mas não só. Estas pernas que veêm aqui provocam-me dor, cansaço, nódoas negras recorrentes e necessidade constante de tratamentos para alívio destes sintomas, bem como o uso diário de meias de compressão (assunto sexy sobre o qual irei falar mais tarde).
Grave ou não (irá sempre depender do ponto de vista de cada um), a verdade é que o lipoedema alterou a minha vida e, infelizmente, consegue afetar os meus dias de forma inesperada. Recordo-me perfeitamente de um dia em que fui trabalhar sem as ditas meias (teimosia minha claro) e, de repente, senti uma dor paralisante na perna, não conseguia andar. Foi angustiante. E que eu saiba, o facto de não conseguir andar não se enquadra em "é só um aspecto físico".
Dito isto, cabe a cada um tirar as sua próprias conclusões. Quanto a mim, o lipoedema é uma doença que se manifesta muito para além do aspeto físico, é algo que, se não tivermos cuidado, nos pode dar cabo da vida.
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